A série da Netflix Arcane, baseada no universo do jogo League of Legends, foi o melhor lançamento de 2021, melhor que qualquer outra série, anime ou filme (Incluindo o novo Homem Aranha com 300 furos de roteiro).
A real é que como um fan aposentado de lol, não dava nada pela série, muito menos estava acompanhando o hype em torno da série. Não assisti o lançamento do 1°ato, muito menos o do 2. Até o dia em que Dimitry perguntou se eu já tinha assistido Arcane, que foi justamente no dia do lançamento do Ato 3.
Eu disse que não, mas que ia assistir pela curiosidade… Não deu outra, comecei a assistir no sábado depois do almoço, e terminei na noite do mesmo dia, assistindo os 9 episódios sem parar. De longe foi a melhor experiência de 2021, um ano marcado pela covid e lockdows, assistir Arcane de uma vez só foi uma experiência foda!.
Mas por que a série foi tão bem produzida?
Basicamente, o protótipo dessa série começou em 2013, com ideias e backstories dos personagens, entretanto, nessa época a Riot Games ainda era menor comparado a gigante que é hoje, e seus maiores problemas, além de consertar aquela porcaria do launcher do league of legends, era constantemente otimizar o seu jogo, sem espaço para outros tipos de criação. Também não havia tecnologia necessária para fazer uma boa animação sem usar um orçamento hollywoodiano de grandes estúdios.
Devemos agradecer que Arcane não foi lançado antes, pois de 2013 para 2021, muito se foi escrito e reformulado sobre a história de Runeterra (Continente do Universo de League of Legends), e dos dramas de cada personagem, e quando eu digo que foi muito, é porque foi muita coisa mesmo, não só como conectar as histórias dos personagens entre si, mas também as regiões, conflitos e a política desse mundo.
Nesse meio tempo, a Riot Games começou encomendar produções cinematográficas para os lançamentos de novos personagens, temporadas do jogo, e até mesmo clipes musicais animados, com uma qualidade impecável, embora curtos, o que não só encantava jogadores, mas como também atrair novas pessoas para esse universo. Sabendo desse sucesso, em 2019 eles anunciaram ao público que a série Arcane já estava em produção avançada, comandado pelo estúdio de animação parceiro Fortiche.
Então, tivemos aqui uma fusão entre um enredo magnífico construído durante anos, e um estúdio de animação com uma proposta inovadora, que mescla animação em 3D e 2D, nunca visto antes, garantindo alta qualidade, sem custos altíssimos como as animações da Disney.
A história de Arcane foi totalmente subestimada
Ninguém esperava que Arcane seria incrível, pelo fato de que adaptações de jogos para animação ou filmes em sua maioria são ruins, e o mesmo era esperado de Arcane. Pensou-se que seria uma história com clichês, enredo linear, e cenas de puro fan-service para agradar os jogadores. Entretanto, o que foi feito praticamente foi o oposto, em que não foi necessário conhecer e jogar League of Legends para entender a história. O enredo foi tão emocionante que todo mundo que assistiu se apegou com pelo menos + de 2 personagens, com um storytelling de lascar que foi se construindo e desenvolvendo durante os 9 episódios
Eu mesmo não esperava que a história seria tão boa a ponto de eu reassistir com outras pessoas, sem nem sequer enjoar.
Enredo multilateral, mas coeso
Em Arcane, temos uma caralhada de histórias acontecendo ao mesmo tempo, como desentendimento entre irmãs, briga pelo poder do subúrbio, pesquisadores atrás de novas descobertas, contendas políticas e um mais um monte de loucura. Histórias que começam separadas e desconectadas uma da outra, mas que ao decorrer do tempo, se correlacionam de forma natural.
Arcane não é um seriado para crianças
Com roupagem de um jogo que atrai crianças e adolescentes, os roteiristas tiveram liberdade para fazer uma história voltada para adultos, com muita violência, torturas, intrigas, traição, dependência química, e até mesmo cena de sexo. Tudo isso trouxe uma profundidade importante para a série, diferente, por exemplo, da nova trilogia de Star Wars que parece que foi feita para crianças assistirem.
O que eu achei da série durante a minha maratona
Atenção: Spoilers Abaixo
Como mencionei no início deste texto, tive o privilégio de começar assistir quando todos os episódios já estavam disponíveis, o que me garantiu uma experiência excepcional. Arcane já começa no final de uma guerra melancólica entre a metrópole desenvolvida e o subúrbio da cidade de Piltover. Somos apresentados as irmãs que acabaram de ver seus pais mortos no chão, a Violet e a Powder, e também ao líder da revolta, o Vander, que totalmente terrificado com o conflito que causou e suas terríveis consequências, decide adotar as recém-órfãs, as criando como um verdadeiro pai.
O motivo dessa guerra era reivindicar melhor qualidade de vida, acesso a direitos básicos, e se integrar às rotas comerciais, pois enquanto a metrópole desenvolvida de Piltover era extremamente rica e desenvolvida, os subúrbios, chamados de ‘’vielas’’, além de muito pobre, possui um ar tóxico que vêm das minas de exploração de minérios subterrâneos. Com esses fatores, temos o problema de violência e dependência química que pode afetar as pessoas dessa região.
Entretanto, não páreos para a força policial de Piltover, Vander decide que não vale a pena lutar, e resolve fazer um acordo com os policiais, basicamente um “Vocês ficam na sua, a gente na nossa, e ninguém se incomoda”.
Com esse background feito, é aí que entram as nossas protagonistas meio problemáticas, a Vi e a Powder, que em busca de uma grana extra, se valem do roubo e furto na casa dos ricos, e é aí que todo o problema começa a se desenrolar.
O Que é o “Arcane” propriamente dito?
O cientista Jayce, proveniente de uma família nobre de baixa casta, tem o desejo de juntar tecnologia com magia, para criar ferramentas que facilitem a vida dos cidadãos, principalmente dos mais pobres que trabalham pesado. É desse conceito que vem o nome ‘’Arcane’’, uma mistura de magia com tecnologia.
Essa é outra trama principal que começa a se desenrolar ainda no começo da série, que querendo ou não, gira em torno dos avanços tecnológicos que a cidade terá ao longo do tempo. Achei uma boa premissa para a alavancagem de roteiro.
O Vilão é bem construído
Ter um antagonista excepcional é sempre essencial para que uma história seja boa, vejamos grandes exemplos como o Thanos, o Imperador Palpatine e o Aizen, eles basicamente conseguem moldar uma história pelos seus movimentos e ideais. Em Arcane, temos o Silco, não digo que ele seja um grande vilão que deva entrar pra história da cinematografia, entretanto, ele cumpre o seu papel como antagonista, sem aquele clichê do antagonista querer destruir tudo sem nenhum motivo interessante aparente.
A Série não é chata
Durante os 9 episódios, não há aquele momento chato em que você continua assistindo meramente por obrigação, ou esperando chegar na parte ‘’boa’’. Nessa série, tu não tem tempo pra respirar, é um clímax a cada 3 episódios, e toda cena tem alguma importância para a história, sem encheção de linguiça.
Final de “Quero Mais”
Nesse aspecto, você passa 9 episódios rushando Arcane, e o final da 1° temporada é tão inconclusivo que você fica totalmente pistola e ansioso para a 2° temporada, que provavelmente chegará no final de 2022. Sim, é uma final da desgraça mesmo, te deixa puto e ansioso ao mesmo tempo.
Conclusão
Arcane veio pra ficar, foi apenas o começo do universo cinematográfico do universo de League of Legends, que promete muito para o futuro. Nesse de Runeterra, marquei em vermelho o local que se passa Arcane, bem pequeno comparado a toda história que League of Legends pode oferecer.
Maluco farpou homem-aranha de graça kkkkkkkkkkk
Pode me agradecer por despertar seu interesse em ver a série.
Sem condições, o maluco abrir um portal entre universos sem nunca ter treinado na vida.